Livros, sapatos, roupas espalhadas
Da porta da cozinha até o portão
Sobre as camas toalhas encharcadas
Marcas de pés molhados, pelo chão
Todas as salas são desarrumadas
A mãe impaciente ralha, em vão
Crianças correm rindo às gargalhadas
Sem darem ouvidos à reclamação
Passado o tempo a casa se esvazia
E a mãe sente saudade a cada dia
Daquela antiga desarrumação
Convive com a dor da realidade
Nas cadeiras vazias a saudade
Casa arrumada pela solidão
Não me chames,
não perturbes meu silêncio.
Quero ficar aqui.
Não me mostres a lua, nem o céu nem as estrelas.
Não posso vê-los com olhos que viram a morte.
Poema de Djanira Silva
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