(a Dirceu Ravelo e Marco Maciel)
Escuto a voz do mar. Ouço o rosnado
das ondas ao fazer tantos saudares
às vagas que provêm dos outros mares,
num linguajar de sal, codificado.
Os ventos trazem brumas seculares
veiculando um vendaval cansado.
Do Pólo Sul, o sopro congelado
transfere ao mar rumores regulares.
As correntes marinhas traçam rotas
sob as lépidas asas das gaivotas
no roteiro diário das jangadas.
Com fala monocórdia o mar não cala,
ouvindo o seu rosnar, lhe entendo a fala,
no silêncio abissal das madrugadas.
Poema de Carlos Severiano Cavalcanti
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